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Quinta, 22 de Maio de 2025

Revolta popular
Revolta popular restrição de acesso da vereadora Isa Jane Marcondes em Dourados gera controvérsia
Sindicato dos Médicos Acusa Vereadora de Invasão em Área Restrita de Hospital
Foto: Redes sociais

Em Dourados, Mato Grosso do Sul, uma recente medida que restringe o acesso imediato da  vereadora Isa Jane Marcondes (Republicanos), a determinados locais públicos tem provocado indignação entre os cidadãos. O regulamento estabelece que vereadores devem agendar previamente visitas a áreas como centros cirúrgicos, salas de exames clínicos e outros ambientes controlados, especialmente aqueles com risco de contágio ou contaminação. A justificativa oficial é garantir a segurança de servidores e cidadãos, além de preservar a integridade dos serviços prestados.


A população, no entanto, vê a medida como um obstáculo à transparência e à fiscalização efetiva do poder público. Moradores expressam preocupação de que a necessidade de agendamento possa atrasar a identificação de irregularidades e comprometer a atuação dos vereadores em seu papel fiscalizador.


A Lei Orgânica do Município de Dourados assegura aos vereadores o direito de fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluindo a administração direta e indireta. Embora a nova regulamentação não anule esse direito, ela impõe procedimentos que, segundo críticos, podem dificultar a fiscalização eficiente.


Especialistas em direito administrativo destacam que, embora medidas de segurança sejam importantes, é essencial equilibrá-las com a necessidade de transparência e controle social. A situação em Dourados exemplifica o desafio de conciliar a proteção de ambientes sensíveis com a manutenção de uma fiscalização eficaz por parte dos representantes eleitos.

Um episódio envolvendo a vereadora Isa Marcondes gerou forte reação do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (SinMed-MS), que classificou como “abusiva” a conduta da parlamentar ao entrar, sem autorização prévia, em uma área restrita de um ambiente hospitalar de urgência e emergência — conhecida como “área vermelha”.


Segundo o sindicato, a vereadora teria alegado “direito de fiscalização” ao adentrar a unidade de saúde, mas a entidade afirma que a ação colocou em risco pacientes e profissionais, além de configurar quebra de sigilo médico. O SinMed-MS notificou formalmente o Conselho de Ética da Câmara Municipal de Dourados, a Prefeitura, o Conselho Municipal de Saúde e o Ministério Público sobre o caso.


“A presença de pessoas não autorizadas em ambientes hospitalares críticos, como a área vermelha, compromete a segurança, expõe pacientes em situação delicada e pode causar sérias consequências à integridade clínica e sanitária”, afirmou o sindicato em nota.


A entrada em ambientes controlados, como centros cirúrgicos ou áreas de emergência, requer protocolos específicos, justamente para evitar riscos de contaminação e preservar a privacidade dos pacientes. Segundo a nota da entidade, a ação da parlamentar desrespeita essas normas, mesmo que motivada pela prerrogativa de fiscalização inerente ao cargo legislativo.


O episódio reacende o debate sobre os limites do poder fiscalizador de vereadores em espaços de alta sensibilidade, como unidades de saúde. Embora a função fiscalizadora seja assegurada pela Constituição e pelas leis orgânicas municipais, entidades médicas e jurídicas alertam que esse direito não pode se sobrepor a regras sanitárias e normas éticas de atendimento hospitalar.


A vereadora Isa Marcondes ainda não se manifestou oficialmente sobre as acusações.


Enquanto isso, cresce o impasse entre o Legislativo local e profissionais da saúde, que defendem a necessidade de proteger os espaços clínicos contra interferências externas que possam comprometer o cuidado médico e a confidencialidade dos pacientes.


O promotor solicitou a instauração de uma nova Notícia Fato separada para apurar a denúncia feita pelo médico Dr. Carlos Humberto Targa Moreira, que relatou problemas no atendimento do Hospital da Vida.

Jornal O Argumento